A última sessão de 2017, para o Motor O2, tinha de ser especial e, com o espírito natalício a rondar-nos, decidi abraçar o vírus Alfa, uma vez mais. Meus senhores e minhas senhoras, definitivamente aquele que, para mim, é o carro do ano, o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio! Apesar de não estar na minha configuração preferida, a minha primeira reacção ao vê-lo foi um longo e sonoro: "Uau...". Adorei e ainda adoro, como não gostar?! (prometo que vou tentar acalmar o alfisti que há em mim, a partir de agora) Entrei dentro do carro e a primeira coisa que chamou logo à atenção foi a quantidade de detalhes em fibra de carbono (verdadeira, não película), seguida do revestimento em pele com costura de dois tons, de muito bom gosto, diga-se de passagem.
Antes de decidirmos qual o local que usaríamos para fotografar este Carro, fomos lavá-lo, o que se revelou frustrante dado que, a caminho do primeiro spot, a magnífica praia da Figueirinha, que contámos estar deserta àquela hora, cerca de 9h da manhã, passámos por um caminho enlameado que acabou por sujar o que tínhamos lavado... "Há-de ser nada!", pensei eu, numa altura em que ainda não adivinhava o palavreado que se soltou aquando da pós produção... É uma pena que o Sol nunca passe atrás da Serra da Arrábida, quando estamos na Figueirinha, o que me tornou mais difícil cumprir o objectivo da foto cliché na praia, mas não fez mal, ainda tínhamos a Sétima Bataria e,
em último caso, um outro spot.
Sair da Figueirinha para a Sétima Bataria implicou subir a Rampa da Arrábida, que voltou ao activo, em 2017, pelas mãos do Clube de Motorismo de Setúbal, e aqui o Rodrigo Hernandez mostrou-me a eficácia deste Quadrifoglio, algo que viria a conhecer em primeira mão, mas no sentido inverso. Chegados à Bataria, decidi fotografar o interior deste Giulia junto do Forte, dada a não intrusão de luz solar. Dá gosto fotografar um interior destes, não muito luxuoso, mas também não muito simples, com um toque de agressividade a acompanhar o exterior. Descemos ainda para a zona dos canhões, contudo, não estava a "sentir" o local, pelo que chegou a hora de saltar para o comando desta máquina e seguir em direcção a um spot conhecido por mim e pelo Hernandez...
A mágica descida da Rampa da Arrábida.
Não coloquei o carro em modo "RACE", com plena consciência da minha experiência automóvel, afinal, nunca tinha conduzido algo deste calibre e este Quadrifoglio tem fama de gostar de se virar contra o condutor. Mais tarde, a meio caminho, comecei a entender o porquê... A travagem é muito eficaz, não tendo notado qualquer fadiga, tendo em conta que estava a descer a rampa a uma velocidade... Acima do normal, digamos. O chassis... Já tinha conduzido três Giulias mais civilizados, sendo que o Veloce 2.0 280cv, por ser AWD, foi o mais eficaz até à data, com um eixo dianteiro muito incisivo e pensei que o Quadrifoglio poderia ter perdido um pouco desse comportamento... Como estava redondamente enganado. O chassis é de uma eficácia como ainda não tinha presenciado, muito neutro e capaz de transmitir alguma confiança, o que me levou a, em poucos metros, adoptar um ritmo elevado, sem ter medo de uma possível fuga de traseira, curva após curva, mesmo na zona da saída da pedreira, que, para quem conhece e sabe, está sempre com areia solta... A direcção dá-nos bastante feedback, o que é raro nos dias que correm. Mas deu para perceber que, estando em "RACE", não há margem para erros, temos de ser unos com o carro. Gosto imenso deste tipo de carros, desafiantes e ligados ao condutor! Bem podem imaginar, o sorriso rasgado que mantive na cara até sair da serra e entrar na Av. Luísa Todi, sem dúvida, um dos melhores momentos, se não o melhor, petrolhead de 2017, para mim!
Depois de passar a Av. Luísa Todi, entrei numa zona remota e fui experimentar o modo "RACE" num arranque não parado... O som emanado pela linha de escape aumentou vertiginosamente, senti o carro mais duro e a direcção um pouco mais pesada, dei três cliques para reduzir para 2ª e pisei o acelerador de forma gradual... Assim que me aproximei da redline dei outro clique e nesse mesmo momento (que rapidez) a 3ª entrou e eis que a traseira deu um ligeiro abanão, eixo dançarino, está visto! "Cliques?", perguntam vocês? Este "Trevo de Quatro Folhas" em particular, está equipado com a caixa sequencial ZF de 8 velocidades, que, em "RACE", se faz sentir nas trocas de passagens e nas reduções ainda mais agressivas, aumentando a emoção ao volante, de tal forma que já nem quero saber da caixa manual... Ultraje, eu sei! Mas este é daqueles carros, e isto é algo que tenho vindo a aperceber-me desde que me juntei ao Motor O2, em que faz sentido algo assim. É rápida, eficaz e não intrusiva para uma utilização de dia a dia, a melhor conjugação de dois mundos. E tira a diversão? Nem. Pensar. Toda a emoção ao volante se manteve, o gozo pela eficácia, também! Não esquecer, é apenas a opinião de uma pessoa que, há uns anos, não muitos, dizia que nunca na vida iria ter um carro com caixa automática... Agora, o caso mudou de figura...
Chegados ao último spot, tirei as últimas fotos desta sessão e aproveitei para olhar e admirar ainda mais o carro. Eu e o Hernandez estávamos completamente absortos com o calor que saía das grelhas do capot e pelas grelhas dos painéis laterais. Vendo o Giulia de frente, com as ondas de calor a dissiparem para cima e para os lados, passa-nos uma imagem de força bruta, adivinhando algo bastante fervoroso debaixo do capot, o que não é mentira, de todo. Levantámos o capot, construído em fibra de carbono, já agora, e admirámos ainda o portentoso 2.9 V6, bi-Turbo, oriundo de Maranello, segundo o que se diz... Pena o pó que se encontrava sobre a tampa do motor que, pelo menos, lhe confere um sinal de uso. E isso é bom, este Alfa Romeo não foi feito para permanecer numa garagem. Este carro pede, EXIGE, comanda que o usem, devagar ou rápido, de forma ordeira ou completamente hooligan, o condutor decide, apenas tem de o conduzir. Problemas no quotidiano? Conduz-se o Giulia Q. Nada para fazer? Conduz-se o Giulia Q. Não há tempo? Conduz-se o Giulia Q, na mesma. É este o tipo de carro que este Alfa Romeo é.
Não me alongo mais, afinal, cabe ao Rodrigo Hernandez a parte escrita deste ensaio, apenas, como admirador desta marca e, em especial, do Giulia, achei que tinha algo a dizer, não concordam? Que carro... Não se esqueçam de seguir o link em baixo para acederem ao ensaio e... Desejo-vos um excelente 2018, que este 2017, para mim, irá acabar da melhor maneira!
Antes de decidirmos qual o local que usaríamos para fotografar este Carro, fomos lavá-lo, o que se revelou frustrante dado que, a caminho do primeiro spot, a magnífica praia da Figueirinha, que contámos estar deserta àquela hora, cerca de 9h da manhã, passámos por um caminho enlameado que acabou por sujar o que tínhamos lavado... "Há-de ser nada!", pensei eu, numa altura em que ainda não adivinhava o palavreado que se soltou aquando da pós produção... É uma pena que o Sol nunca passe atrás da Serra da Arrábida, quando estamos na Figueirinha, o que me tornou mais difícil cumprir o objectivo da foto cliché na praia, mas não fez mal, ainda tínhamos a Sétima Bataria e,
em último caso, um outro spot.
Sair da Figueirinha para a Sétima Bataria implicou subir a Rampa da Arrábida, que voltou ao activo, em 2017, pelas mãos do Clube de Motorismo de Setúbal, e aqui o Rodrigo Hernandez mostrou-me a eficácia deste Quadrifoglio, algo que viria a conhecer em primeira mão, mas no sentido inverso. Chegados à Bataria, decidi fotografar o interior deste Giulia junto do Forte, dada a não intrusão de luz solar. Dá gosto fotografar um interior destes, não muito luxuoso, mas também não muito simples, com um toque de agressividade a acompanhar o exterior. Descemos ainda para a zona dos canhões, contudo, não estava a "sentir" o local, pelo que chegou a hora de saltar para o comando desta máquina e seguir em direcção a um spot conhecido por mim e pelo Hernandez...
A mágica descida da Rampa da Arrábida.
Não coloquei o carro em modo "RACE", com plena consciência da minha experiência automóvel, afinal, nunca tinha conduzido algo deste calibre e este Quadrifoglio tem fama de gostar de se virar contra o condutor. Mais tarde, a meio caminho, comecei a entender o porquê... A travagem é muito eficaz, não tendo notado qualquer fadiga, tendo em conta que estava a descer a rampa a uma velocidade... Acima do normal, digamos. O chassis... Já tinha conduzido três Giulias mais civilizados, sendo que o Veloce 2.0 280cv, por ser AWD, foi o mais eficaz até à data, com um eixo dianteiro muito incisivo e pensei que o Quadrifoglio poderia ter perdido um pouco desse comportamento... Como estava redondamente enganado. O chassis é de uma eficácia como ainda não tinha presenciado, muito neutro e capaz de transmitir alguma confiança, o que me levou a, em poucos metros, adoptar um ritmo elevado, sem ter medo de uma possível fuga de traseira, curva após curva, mesmo na zona da saída da pedreira, que, para quem conhece e sabe, está sempre com areia solta... A direcção dá-nos bastante feedback, o que é raro nos dias que correm. Mas deu para perceber que, estando em "RACE", não há margem para erros, temos de ser unos com o carro. Gosto imenso deste tipo de carros, desafiantes e ligados ao condutor! Bem podem imaginar, o sorriso rasgado que mantive na cara até sair da serra e entrar na Av. Luísa Todi, sem dúvida, um dos melhores momentos, se não o melhor, petrolhead de 2017, para mim!
Depois de passar a Av. Luísa Todi, entrei numa zona remota e fui experimentar o modo "RACE" num arranque não parado... O som emanado pela linha de escape aumentou vertiginosamente, senti o carro mais duro e a direcção um pouco mais pesada, dei três cliques para reduzir para 2ª e pisei o acelerador de forma gradual... Assim que me aproximei da redline dei outro clique e nesse mesmo momento (que rapidez) a 3ª entrou e eis que a traseira deu um ligeiro abanão, eixo dançarino, está visto! "Cliques?", perguntam vocês? Este "Trevo de Quatro Folhas" em particular, está equipado com a caixa sequencial ZF de 8 velocidades, que, em "RACE", se faz sentir nas trocas de passagens e nas reduções ainda mais agressivas, aumentando a emoção ao volante, de tal forma que já nem quero saber da caixa manual... Ultraje, eu sei! Mas este é daqueles carros, e isto é algo que tenho vindo a aperceber-me desde que me juntei ao Motor O2, em que faz sentido algo assim. É rápida, eficaz e não intrusiva para uma utilização de dia a dia, a melhor conjugação de dois mundos. E tira a diversão? Nem. Pensar. Toda a emoção ao volante se manteve, o gozo pela eficácia, também! Não esquecer, é apenas a opinião de uma pessoa que, há uns anos, não muitos, dizia que nunca na vida iria ter um carro com caixa automática... Agora, o caso mudou de figura...
Chegados ao último spot, tirei as últimas fotos desta sessão e aproveitei para olhar e admirar ainda mais o carro. Eu e o Hernandez estávamos completamente absortos com o calor que saía das grelhas do capot e pelas grelhas dos painéis laterais. Vendo o Giulia de frente, com as ondas de calor a dissiparem para cima e para os lados, passa-nos uma imagem de força bruta, adivinhando algo bastante fervoroso debaixo do capot, o que não é mentira, de todo. Levantámos o capot, construído em fibra de carbono, já agora, e admirámos ainda o portentoso 2.9 V6, bi-Turbo, oriundo de Maranello, segundo o que se diz... Pena o pó que se encontrava sobre a tampa do motor que, pelo menos, lhe confere um sinal de uso. E isso é bom, este Alfa Romeo não foi feito para permanecer numa garagem. Este carro pede, EXIGE, comanda que o usem, devagar ou rápido, de forma ordeira ou completamente hooligan, o condutor decide, apenas tem de o conduzir. Problemas no quotidiano? Conduz-se o Giulia Q. Nada para fazer? Conduz-se o Giulia Q. Não há tempo? Conduz-se o Giulia Q, na mesma. É este o tipo de carro que este Alfa Romeo é.
Não me alongo mais, afinal, cabe ao Rodrigo Hernandez a parte escrita deste ensaio, apenas, como admirador desta marca e, em especial, do Giulia, achei que tinha algo a dizer, não concordam? Que carro... Não se esqueçam de seguir o link em baixo para acederem ao ensaio e... Desejo-vos um excelente 2018, que este 2017, para mim, irá acabar da melhor maneira!
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